O impacto das vacinas na saúde urbana

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Em 2018, quase 20 milhões de crianças não receberam vacinas para proteção contra doenças mortais

É sabido que as vacinas foram uma das principais revoluções na história da humanidade. Durante o século XX, eliminaram doenças infantis que antes costumavam causar milhões de mortes, persistindo ainda hoje como a mais eficaz ferramenta para prevenir e combater a disseminação de enfermidades. Apoiadas pelas inovações derivadas das novas tecnologias, as vacinas atendem às necessidades de uma sociedade do século XXI, caracterizada pelo aumento da expectativa de vida, da proliferação de infecções emergentes e da pobreza nos países de baixa renda¹.

Para se ter uma ideia de sua eficácia, é preciso voltar no tempo. No último século, a imunização ajudou a reduzir drasticamente o impacto de doenças, com cerca de 2,6 milhões de pessoas morrendo, a cada ano, de sarampo no mundo. Com a primeira vacina contra a doença criada, nos anos 1960, a houve uma redução de 80% nas mortes por sarampo entre 2000 e 2017 no planeta, segundo dados da Organização Mundial de Saúde – OMS. Também não faz muito tempo que milhões de crianças corriam o risco de morrerem ou sofrerem paralisia por conta da poliomielite. Hoje em dia, essa doença foi praticamente extinta graças à vacinação².

Apesar dos dados de sucesso, o cenário é hoje preocupante. Segundo a OMS, os números deste ano são desanimadores, como no caso do sarampo, que teve as ocorrências quadruplicadas. Em seu relatório anual sobre os índices globais de vacinação, as instituições mostram que, em 2018, quase 20 milhões de crianças não receberam vacinas para evitar doenças que podem levar à morte³. “Isso significa que mais de uma criança a cada dez não recebe a totalidade das vacinas, de que necessita”, explicou a diretora do Departamento de Imunização e Vacinas da OMS, Kate O’Brien, na apresentação do relatório anual sobre vacinação.

Pela primeira vez as estatísticas anuais da ONU levam em conta a vacina contra os papilomavírus humanos (HPV), usado antes do início da vida sexual para proteger contra o câncer de colo de útero. No último ano, 90 países – desenvolvidos, em sua maioria – integraram o HPV a seus programas nacionais, estando disponível para uma menina em cada três no mundo. Apesar dos sinais de progresso em relação ao HPV, os dados referentes ao conjunto de vacinas mostram que há uma “perigosa estagnação das taxas de vacinação no mundo, devido a conflitos, às desigualdades e a uma complacência”, acrescenta a ONU.

A taxa de cobertura mundial para a vacinação de base contra difteria, tétano e coqueluche (DTP) e sarampo se encontra estagnada desde 2010, em 86%. Esse índice permanece “elevado”, mas “insuficiente”, de acordo com a ONU, preocupada, sobretudo, com a extensão da epidemia de sarampo. No ano passado, 350.000 casos de sarampo foram registrados no mundo, ou seja, mais do que o dobro do que em 2017.

Os primeiros números referentes a 2019 são alarmantes. Os casos de sarampo no mundo quadruplicaram no primeiro trimestre de 2019, na comparação com o mesmo período do ano anterior, segundo a OMS. “As razões dessas epidemias são muito diversas, mas a primeira causa é que crianças vivem em comunidades onde a vacina antissarampo é insuficiente, e que crianças, individualmente, não são imunizadas”, declarou O’Brien.

Cabe aos municípios, portanto, entender quais as áreas de maior risco e que populações mais sofrem com a falta de atendimento adequado. No Brasil, vacinas contra sarampo são disponibilizadas gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde, o SUS, mas muitos ainda não conseguem ter acesso ao serviço por viverem em áreas isoladas ou sem postos de saúde. Indicadores usados pela Bright Cities são uma alternativa para mapear e compreender quais regiões mais demandam de atendimento médico. Nesse sentido, nossa plataforma é uma ferramenta precisa para ajudar políticas públicas a oferecer um serviço – que é de todos – para todos.


[1] Nature Reviews Immunology, Vaccines for the twenty-first century Society, 2011.

[2] BBC News Brasil, 22, junho2019.

[3] Exame, 15 jul 2019.

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