Como tornar mais eficiente o uso de energia elétrica em prédios públicos?

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A eficiência energética em prédios públicos é um tema de crescente importância no Brasil, país onde cerca de 50% da eletricidade consumida é destinada às edificações (residenciais, comerciais, de serviços e públicas).

Diante deste cenário, o Governo Federal tem se empenhado em fomentar práticas sustentáveis, lançando iniciativas como o “Guia para Eficiência Energética nas Edificações Públicas“. Este guia publicado pelo Ministério de Minas e Energia é um recurso valioso para gestores, trazendo diretrizes e recomendações para melhorar o uso de energia elétrica em prédios públicos, abordando tópicos cruciais na adoção de estratégias de eficiência energética.

Estratégias de eficiência energética em prédios públicos

Adotar estratégias eficazes para melhorar o uso de energia em prédios públicos não apenas reduz o impacto ambiental, mas também gera economia significativa para o governo e a sociedade. Cabe ao gestor analisar o diagnóstico energético e explorar oportunidades e ações que podem ser implementadas para otimizar o consumo de energia em diferentes áreas do edifício:

Elementos estruturais

A envoltória e os aspectos construtivos de uma edificação são fatores cruciais que influenciam diretamente seu consumo de energia, principalmente devido aos fenômenos térmicos que ocorrem em seu entorno. A envoltória, considerada a “pele” do edifício, inclui elementos como paredes, pisos em contato com o solo e coberturas que delimitam espaços e fronteiras para a transferência de energia térmica. Para reduzir a troca de calor entre o interior e o exterior do edifício, medidas como a utilização de materiais de alta capacidade de isolamento térmico nas paredes podem ajudar.

Além das características de paredes e cobertura, a escolha de janela e portas (opacos ou transparentes) também desempenham um papel significativo nas trocas térmicas da edificação. A aplicação de proteções solares em portas e janelas de vidro pode desempenhar um papel crucial na redução dos ganhos de calor e até mesmo diferentes tipos de vidros têm capacidades distintas de absorção, transmissão e reflexão da radiação solar.

A forma arquitetônica e a orientação da edificação da edificação são outros elementos que tem um papel significativo, influenciando a quantidade de luz e calor solar recebidos. Isso afeta os fluxos de ar dentro e fora do edifício e, consequentemente, o conforto ambiental e o consumo de energia.

Iluminação

Para entender e avaliar a eficiência energética em sistemas de iluminação, tanto em novos projetos luminotécnicos quanto na revitalização de sistemas ineficientes, é essencial compreender alguns conceitos fundamentais. Os projetos luminotécnicos devem considerar fatores como iluminância, uniformidade, ofuscamento, reprodução de cor, cintilação e luz natural, equilibrando a eficiência energética com as necessidades visuais e de conforto.

A iluminação natural em edificações, especialmente durante o dia, deve ser sempre aproveitada, pois além de reduzir o consumo de energia elétrica, proporciona maior conforto visual e bem-estar aos ocupantes.

Já na escolha da iluminação artificial, aspectos como fluxo luminoso, iluminância, temperatura de cor, índice de reprodução de cor e eficiência luminosa devem ser considerados. A utilização de luminárias ineficientes, como as que empregam lâmpadas fluorescentes tubulares T12 de 40 W, ainda é comum em prédios públicos que não implementaram projetos de eficiência energética. A simples substituição dessas luminárias por modelos mais eficientes, como os que utilizam lâmpadas fluorescentes tubulares T5 ou LED, pode resultar em uma economia de energia superior a 35%, além de proporcionar uma iluminação de qualidade superior. Outra opção atual para otimizar o consumo é a incorporação de controles automáticos digitais e sensores de luz.

Condicionamento de ar


Ao instalar ou atualizar o sistema de ar-condicionado (AC) de um edifício o gestor deve primeiramente entender alguns conceitos básicos sobre esses sistemas. O tamanho do edifício, determinará o “porte” do sistema de AC necessário. Os sistemas são geralmente classificados como de pequeno, médio ou grande porte. Se o prédio é menor, provavelmente usará um sistema de pequeno ou médio porte, mais simples, como os condicionadores de ar tipo “janela” ou os splits, que são divididos em duas unidades, uma interna e outra externa. Já para edifícios maiores, como centros comerciais ou grandes escritórios, um sistema de grande porte pode ser mais apropriado, devendo ser mantidas as boas condições de operação, com manutenção programada e ajustes periódicos do ponto de operação.

Outro ponto importante é a eficiência energética. Existem diferentes maneiras de medi-la, como o Coeficiente de Performance (COP) e o Energy Efficiency Rating (EER). Estes índices ajudam a entender quanta energia o sistema de AC precisa para operar. Obviamente, quanto mais eficiente o sistema, menor será sua conta de energia. A utilização de equipamentos com Selo Procel Classe A é uma boa prática.

Ao escolher um sistema de AC, deve-se considerar também a carga térmica do edifício, que é a quantidade de calor que precisa ser removida para manter o ambiente confortável. Essa carga é influenciada por vários fatores, como a localização do edifício, o tipo de atividades realizadas dentro dele e até mesmo a quantidade de janelas. Um bom diagnóstico energético pode identificar oportunidades de melhorias na redução do consumo.

Sistemas de supervisão, controle e aquisição de dados (SCADA)

Os Sistemas de Supervisão, Controle e Aquisição de Dados (SCADA) são sistemas computacionais que, junto com sensores e atuadores, supervisionam e controlam equipamentos de diferentes tipos de sistemas, como elétricos ou hidráulicos. Esses sistemas são amplamente usados na indústria para automatizar processos de produção e também são importantes no setor comercial, especialmente em instalações maiores, como shoppings, aeroportos e grandes escritórios.

Os SCADA são capazes de gerar alarmes, relatórios e gráficos históricos para ajudar no monitoramento e controle dos processos. Eles necessitam de meios físicos e protocolos de comunicação específicos para a aquisição de dados que podem ser utilizados em uma vasta gama de aplicações, incluindo controle de processos, manutenção da qualidade e redução de custos. No setor comercial, eles podem monitorar sistemas como consumo de energia, água, refrigeração e telecomunicações.

O controle de variação da demanda em uma instalação é uma prática importante que pode contribuir para a eficiência energética e a redução de custos. Os sistemas de gerenciamento da energia, equipados com controladores de demanda, permitem ao administrador da instalação acompanhar e intervir no funcionamento em tempo real, evitando picos de demanda que podem levar a sobrecargas na rede elétrica e prejudicar o bom funcionamento da instalação.

Elevadores

Os elevadores desempenham um papel crucial na movimentação de pessoas e cargas em edificações comerciais e prédios públicos, representando uma parte significativa do consumo total de energia. Eles requerem investimentos iniciais consideráveis e manutenções periódicas, preventivas e corretivas, que podem ser custosas devido à necessidade de serviços especializados e peças de reposição.

A maior parte do consumo de energia se deve à máquina de tração, seguida pela iluminação da cabina, o ventilador, o operador da porta e o quadro de comando. Deve-se dar preferência à utilização de motores de indução trifásicos e sistemas de acionamento eletrônico em detrimento dos antigos sistemas de corrente contínua.

Com o avanço da tecnologia, os elevadores têm incorporado novas funcionalidades e sistemas que melhoram seu desempenho e confiabilidade. Isso inclui sistemas de gerenciamento que reduzem o número de operações diárias, diminuindo o desgaste e o consumo de energia ao otimizar o atendimento às solicitações dos usuários.

Guia para gestores responsáveis pela manutenção predial, gestão de energia elétrica e elaboração de editais para serviços de eficiência energética

O sucesso de um processo de revitalização energética depende da correta especificação e acompanhamento do projeto, desde o diagnóstico até a medição dos resultados e deve estar alinhado a legislação em vigor.

O ‘Guia para Eficiência Energética nas Edificações Públicas‘ do Ministério de Minas e Energia destaca a importância da correta especificação, contratação e acompanhamento, abordando as etapas fundamentais, como diagnóstico energético, elaboração de projetos básico e executivo, execução das obras, fiscalização e acompanhamento, além de oferecer orientações para a contratação da execução das obras.

As recomendações apresentadas no “Guia para Eficiência Energética nas Edificações Públicas” fornecem um caminho claro para a redução do consumo de energia e a promoção de práticas sustentáveis. Tais medidas não apenas contribuem para a sustentabilidade ambiental, mas também oferecem benefícios econômicos significativos, reduzindo os custos operacionais a longo prazo. É essencial que os gestores de edifícios públicos se comprometam com a implementação dessas práticas, garantindo que as edificações não apenas cumpram com as normativas de eficiência energética, mas também sirvam como modelos de sustentabilidade e inovação no uso de recursos.

O Guia está disponível em: https://www.gov.br/mme/pt-br/assuntos/ee/publicacoes-e-estudos/GuiadeEficinciaEnergticaemEdificiosPblicos.pdf


Confira também a Cartilha de Introdução, que resume os principais assuntos abordados no Guia.

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