Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 2 – Fome Zero e Agricultura Sustentável

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Repensar a forma como cultivamos, comercializamos e distribuímos nossa comida é uma das metas da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável

Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável incluídos na Agenda 2030 da ONU são hoje a principal referência para identificar e solucionar os desafios que nossa geração enfrenta para alcançar a prosperidade. Ainda que as dificuldades possam ser sentidas em escalas ou dimensões diferentes, nações de todo o globo se reuniram com o objetivo comum de erradicar problemas universais, graves e urgentes – e a fome é, sem dúvidas, um deles.

Listado como o segundo objetivo da Agenda 2030, o ODS 2 – Fome Zero e Agricultura Sustentável tem uma grande missão a cumprir: “acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável”. A meta não aborda apenas o consumo dos alimentos, mas também a maneira como eles são gerados e distribuídos. Dessa forma, erradicar a fome implica em abordarmos questões econômicas e também ambientais, discutindo de que maneira a agricultura, a silvicultura e a pesca podem fornecer alimentos nutritivos, gerar renda adequada para os envolvidos em sua produção, apoiar o desenvolvimento rural e ainda proteger o meio ambiente.

O cenário para que isso aconteça exige grandes mudanças pela frente. Apesar de investidas contínuas contra a fome, o número de pessoas vivendo sem alimentação adequada tem crescido nos últimos anos. Segundo dados da ONU, foi estimado que 821 milhões de indivíduos – aproximadamente 1 em cada 9 pessoas no mundo – viveram em situação de fome em 2017, um índice consideravelmente maior do que os 784 milhões identificados em 2015. Isso representa um aumento pelo terceiro ano consecutivo, após décadas de declínios bem sucedidos.

As previsões para o futuro não são otimistas, com mudanças climáticas reduzindo os recursos disponíveis do planeta e aumentando as incidências de desastres naturais, como secas e inundações. Para especialistas, a degradação ambiental tem grande impacto para economias e pessoas ao forçar produtores a abandonar zonas rurais e migrar para cidades em busca de melhores oportunidades. De acordo com dados levantados pela ONU, a agricultura é hoje a maior empregadora única no mundo, sendo a forma de sustento para 40% da população mundial. Mais ainda, 500 milhões de pequenas fazendas fornecem até 80% da comida consumida nos países em desenvolvimento, chamando a atenção para a importância dos pequenos agricultores e para práticas sustentáveis de cultivo.

Segundo o mais recente estudo divulgado pela ONU, novas informações coletadas apontam que a fome não só tem aumentado, como também atingido em maior peso países do continente africano e crianças:

  • A má nutrição causa 45% das mortes de crianças abaixo dos cinco anos de idade, o equivalente a 3,1 milhões de crianças anualmente. Isso significa que ela mata mais crianças do que AIDS, malária e tuberculose combinados;
  • Mais de 1 em cada 5 crianças menores de 5 anos (149 milhões) foram atrofiadas em 2018 devido à má alimentação;
  • A África continua sendo o continente com maior prevalência de desnutrição, afetando um quinto da população (mais de 256 milhões de pessoas);
  • Se mulheres agricultoras tivessem o mesmo acesso aos recursos que os homens, o número de famintos no mundo poderia ser reduzido em até 150 milhões de pessoas;
  • Os gastos de governos com agricultura diminuíram 37%, assim como a contribuição da agricultura para a economia total: o índice caiu de 0,42 em 2001 para 0,26 em 2017.
Fonte: ONU

O Brasil caminha a passos lentos, mas já observa progresso em suas políticas voltadas ao combate à fome. É o que diz a FAO, Organização para Alimentação e Agricultura vinculada às Nações Unidas. Segundo pesquisa divulgada, o número de brasileiros com desnutrição caiu de 4,6% no período de 2004-2006 para menos de 2,5% entre 2016 e 2018, indicando que atualmente cerca de 5 milhões de pessoas ainda encontram-se na condição. Desde 2014 o país já havia saído do Mapa da Fome, mas o cenário atual de recessão econômica tem feito os números patinarem ao apresentar avanços pouco ou nada significativos desde então.

Políticas públicas vêm tentando reverter o quadro no país ao dar atenção especial às faixas etárias mais novas. Vistos por muitos com certo ceticismo, os programas de alimentação escolar comprovaram seu potencial transformador nos inúmeros países onde foram aplicados, incluindo o Brasil. Além de promover dietas mais saudáveis ​​entre as crianças, os hábitos alimentares adquiridos na escola influenciaram também suas famílias.

Administrado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) oferece “alimentação escolar e ações de educação alimentar e nutricional a estudantes de todas as etapas da educação básica pública brasileira”. Entre as soluções criadas pela iniciativa está o e-PNAE, aplicativo que permite o acompanhamento e a avaliação da qualidade das merendas por pais, alunos, professores, nutricionistas, orientadores de alimentação escolar e membros da comunidade.

Outro aplicativo que tem garantindo mudanças positivas para a cadeira alimentícia é o Wefarm. A iniciativa internacional é voltada aos pequenos produtores agrícolas, sem dúvida os mais vulneráveis à mudanças climáticas, mercados voláteis e pragas. Criando uma rede de apoio, o agricultor pode fazer perguntas e pedir ajuda online pelo app, onde outros membros da comunidade poderão lhe ajudar em questão de minutos. Lançado em 2015, a iniciativa já foi instalada no Reino Unido e está em período de testes no Quênia, Uganda e Peru.

Soluções inteligentes como essas estão constantemente sendo adicionadas ao banco de dados da Bright Cities. Com sua tecnologia disruptiva, nossa plataforma avalia quais delas são viáveis para determinado contexto urbano a partir de um diagnóstico completo, apontando a performance de serviços em áreas como governança, meio ambiente, saúde e educação. Para a coleta desses dados, uma série de indicadores alinhados com os 17 objetivos revelam quais problemas urbanos deverão ser solucionados por gestões públicas.

Listamos abaixo alguns dos indicadores utilizados pela Bright Cities que se relacionam com as metas determinadas pelo ODS 2 – Fome Zero e Agricultura Sustentável:

  • Indicador “Mortalidade abaixo dos cincos anos”: sendo a desnutrição a causa de 45% das mortes de crianças abaixo dos cinco anos de idade, os dados coletados indicam qual a escala da fome em um município, atendendo a meta 2.1 do ODS 2: “Até 2030, acabar com a fome e garantir o acesso de todas as pessoas, em particular os pobres e pessoas em situações vulneráveis, incluindo crianças, a alimentos seguros, nutritivos e suficientes durante todo o ano“;
  • Indicador “Número de enfermeiros e obstetras”: o indicador avalia os serviços prestados por determinado município, indicando se existem profissionais suficientes para atender a demanda de pacientes infantis e mulheres grávidas. Se relaciona, assim, à meta 2.2 do ODS 2: “Até 2030, acabar com todas as formas de desnutrição, inclusive pelo alcance até 2025 das metas acordadas internacionalmente sobre desnutrição crônica e desnutrição em crianças menores de cinco anos de idade, e atender às necessidades nutricionais de meninas adolescentes, mulheres grávidas e lactantes e pessoas idosas“;
  • Indicador “Média de chuva anual”: apesar de não estar diretamente relacionado ao ODS, o indicador revela um dado fundamental para cadeias produtivas agrícolas, podendo ajudar gestores e iniciativas privadas a entender os recursos naturais oferecidos por determinadas regiões – bem quais produtos mais se adequam à eles, de acordo com a meta 2.4 do ODS 2: “Até 2030, garantir sistemas sustentáveis de produção de alimentos e implementar práticas agrícolas robustas, que aumentem a produtividade e a produção, que ajudem a manter os ecossistemas, que fortaleçam a capacidade de adaptação às mudança do clima, às condições meteorológicas extremas, secas, inundações e outros desastres, e que melhorem progressivamente a qualidade da terra e do solo“.

As informações coletadas pelos indicadores não só proporcionam um panorama geral sobre as condições de vida em determinada cidade, como também influenciam as urgências e prioridades de agendas públicas. Acompanhe pela Plataforma de Notícias nossa série especial sobre os ODS, onde discutiremos a fundo cada um dos 17 objetivos e quais soluções inteligentes existem para eles!

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